Um certo dia, uma tartaruga encontrou-se com dois patos emigrantes. Ficou horas admirada, ouvindo-lhes contar suas grandes viagens pelo mundo a fora.
Vocês é que são felizes, dizia a tartaruga, suspirando resignadamente. Eu também gostaria de viajar, mas ando muito devagar.
- Por que não nos acompanha? Vamos correr o mundo a três... disse um dos patos.
- Como poderei ir, se não sei nem ao menos andar depressa pelo chão, quanto mais voar por essas alturas e distâncias?
- Podemos ajudá-la, fazendo como os aviadores. Nós seremos os pilotos e você irá como passageira.
- Mas, meus amigos, onde está o avião?
- Não se preocupe. Nós arranjaremos tudo, já!
Pegaram um pau roliço e comprido, e mandaram que a tartaruga se dependurasse nele, com a boca, fortemente. Em seguida cada um pegou uma das pontas do bastão. E lá se foram pelos ares, batendo as asas compassadamente e levando a feliz tartaruga.
- Segure-se bem, "agarre-se" com força, comadre tartaruga!, gritou um dos patos. A viagem é comprida!...
La da terra, os animais e as pessoas, admiradas, erguiam a cabeça, fixavam bem os olhos; estavam espantados por ver uma tartaruga voando.
- Olhem, olhem, gritam alguns deles, apontando para o céu. Nunca tinha visto uma tartaruga voar! Aquela deve ser a rainha das tartarugas!...
E todos riam gostosamente.
A tartaruga voadora, sentia-se orgulhosa por ser admirada.
- Sou mesmo a rainha, ia respondendo a ingênua tartaruga, mas não chegou a pronunciar nem a primeira silaba, porque, ao abrir a boca, soltou-se do bastão e caiu como um raio, espatifando-se no chão.
Os patos continuaram seu voo, porque é o que mais sabem fazer. E ficaram comentando:
- Da próxima vez que trouxermos alguém que não sabe voar, é melhor providenciarmos um paraquedas.
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**MORAL DA HISTÓRIA**
Quando tentamos fazer algo para o qual não estamos preparados, podemos nos dar muito mal. Como se diz: " cada macaco no seu galho".
"Adaptação"
Nicéas Romeo Zanchett
beijinhos de luz!