O BURRICO LELÉ
Lelé, um burrico muito atencioso e gentil, gostava de todas as pessoas do vilarejo onde morava e costumava ajudá-los levando as suas coisas de um lugar para outro.
Mas as pessoas não o tratavam com o carinho e respeito que ele merecia.
Costumavam colocar sobre o seu lombo uma carga bem maior e mais pesada da que ele era capaz de suportar.
O burrico gemia, chorava, reclamava do peso, mas algumas pessoas eram más e não davam a menor importância às suas reclamações, continuando a maltratá-lo.
Uma destas pessoas era o seu Manuel que se considerava o seu dono e mais o explorava.
Um dia, seu Manuel além de colocar uma carga pesada no burrico, ensinou de maneira errada,a estrada que ele deveria ir.
Lelé, confiando no seu Manuel, lá se foi gemendo, mancando,reclamando do peso e da distância que teria que percorrer para chegar ao outro povoado.
Chorando lelé dizia:
"um dia Deus vai me tirar desta vida, eu sei que vai..."
E seguia a sua caminhada chorando baixinho e pedindo a Deus que lhe desse uma vida mais descansada e feliz.
Distraído, lelé não se deu conta que caminhava para um despenhadeiro muito alto, esbarrando bem na sua beiradinha.
De repente, ele escutou uma vozinha, pertinho do seu ouvido:
_ Lelé, lelé, eu sou um anjinho que tomo conta dos animais, sou "nuvenzinha azul".
- O que você deseja, anjinho?
perguntou o burrico.
_ Tenha cuidado lelé, senão você vai cair no despenhadeiro, disse o anjinho.
- Xiiii!!! é mesmo! exclamou o burrico, acrescentando:
-como eu vim parar aqui?"
_ Você seguiu as instruções do seu Manuel e elas estavam erradas. Ele queria, justamente,que
você caísse no despenhadeiro e morresse; disse o anjinho.
- Por que ele fez isto comigo se eu o ajudo tanto....??!!
choramingou o burrico.
_ Porque ele é mau meu amigo. Ele é muito mau!!
Eu escutei ele resmungando que você já está ficando velho, come
e dorme demais e lhe dá muita despesa e que ele estava querendo um burrico mais novo, falou
nuvenzinha azul.
- E esta carga dele?! Se eu caísse lá embaixo eu morreria mas perderia a carga todinha; falou
o burrico com os olhinhos cheios de lágrimas.
_ Esta carga meu amigo, é pedra, só pedras, murmurou o anjinho.
O burrico lelé , com a ajuda do anjinho retirou a carga do seu lombo e sentou-se chorando
muito por causa da maldade do seu Manuel. e dizia entre as lágrimas :
- Eu sempre gostei tanto dele, por que ele fez isto comigo,meu Deus?!
E agora, o que será de mim?!
O anjinho com dó do burrico, enxugou as suas lágrimas e lhe disse com carinho:
_ Levante a cabeça, pare de chorar e vamos embora pois eu vou lhe levar para um local
que você vai adorar....
Seguiram o anjinho e o burrico, cantando felizes, até uma fazendinha onde um
bondoso velhinho cuidava dos animais que estavam envelhecendo e os donos não os queriam
mais.
Nuvenzinha azul apresentou lelé ao seu Rosalvo, o bom velhinho, eles logo gostaram um do
outro e, a partir daquele dia lelé passou a ser o burrico mais feliz do mundo.
Vivia cercado de animais alegres e amigos e tinha um dono que cuidava dele com todo o
carinho do mundo.
E o seu Manuel?!
Este nunca mais encontrou um burrico amigo e fiel igual ao lelé e todos os que ele colocava para trabalhar, estragavam as suas cargas.
Seu Manuel ficou velho, pobre e sozinho pois ninguém conseguia gostar dele por causa da sua
maldade.
No dia em que ele estava passando mal, sozinho na sua casinha, deitado na sua cama, escutou
ruídos na porta e, andando devagarinho conseguiu chegar até lá.
A sua surpresa foi enorme ao abri-la e se deparar com o burrico lelé que lhe olhava com os
olhinhos cheios de lágrimas.
O burrico havia escutado do seu Rosalvo que seu Manuel estava abandonado, doente
e sozinho, se apiedou dele e foi visitá-lo.
Vendo a humildade e bondade do burrico lelé, seu Manuel caiu em prantos
abraçado a ele e a lhe implorar:
_ Me perdoe, meu amigo, me perdoe!
eu fui muito mau com você!
O burrico, como se estivesse entendendo o que o homem dizia, ajoelhou-se aos seus pés,
deixou as suas lágrimas caírem sobre aqueles velhos pés,sujos e cansados e ali ficou,
quietinho, como se não quisesse incomodar o seu antigo conhecido.
Seu Manuel, arrependido e enternecido abraçou lelé bem forte, acolheu-o no seu coração e, nunca mais os dois se separaram.
soninha
Trabalhando:
O AMOR, O RESPEITO, A HUMILDADE, A GRATIDÃO, A MALDADE,
A BONDADE E A PIEDADE
beijinhos de alegria...
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