Aos sete anos de idade, eu desejava muito estudar violino e mamãe, com algum sacrifício, comprou o instrumento e contratou um professor para mim.
Após algumas semanas, vi que não conseguia executar nenhuma melodia e que tinha de fazer exercícios por horas intermináveis.
Então eu disse a minha mãe que havia desistido e ia abandonar o estudo. Morávamos um pouco distante da cidade e foi enquanto caminhávamos _ ela fora me buscar ao término de uma das aulas _ que eu lhe expliquei o motivo do meu desânimo
.
Por acaso passávamos pela casa de uma pessoa amiga que possuía um formoso pomar.
— Veja, disse minha mãe, que frutas maravilhosas!
O espetáculo incendiou a minha imaginação infantil. Havia maçãs, pêras, laranjas. Os galhos pendiam de tão carregados.
— Você gostaria de experimentar uma? mamãe me perguntou.
— Oh! Gostaria sim. Aquela laranja grande e amarela como a gema do ovo.
— Pois então pegue-a.
— Mas eu não posso, por causa da cerca. Além do mais, será que a dona do pomar vai permitir?
— É mesmo. Você tem razão. Falaremos com ela.
Minha mãe chamou-a e ela consentiu, dizendo:
— O portão do pomar fica ali adiante. É só vocês darem a volta.
Mamãe agradeceu e nós subimos até o pequeno portão, que ela abriu. Corri, colhi a laranja e voltei alegremente, com ela na mão. Então mamãe me disse:
— Está vendo? Para saborearmos os frutos apetecidos é necessário gastar algum tempo e caminhar, dar algumas voltas.
Aquilo que realmente desejamos quase nunca está ao alcance de nossa mão. Você vai ver que será assim durante toda a sua vida...
Imediatamente veio-me à cabeça a história do violino.
Voltei às aulas e aos exercícios, até que fui capaz de executar as minhas melodias prediletas.
E, ao longo de toda minha vida, guardei a lição de minha mãe quanto à necessidade de se empregar o tempo e dar as voltas precisas para alcançar os objetivos.
DA OBRA: "E, PARA O RESTO DA VIDA..."
DE: WALLACE LEAL V. RODRIGUES
bjs,soninha
Nenhum comentário:
Postar um comentário