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20 de fev. de 2014

Pais devem ficar atentos aos primeiros sinais de bullying na escola


Basta entrar em uma escola no horário do recreio, conversar um pouco com as crianças que – pronto! – já escutamos aquelas velhas provocações: "Você tem quatro olhos", para quem usa óculos, ou "Você é a Olívia Palito", para uma menina muito magra. 
Considerado por muitos apenas uma brincadeira, o bullying é um tipo de violência que tem sido cada vez mais noticiado nos meios de comunicação. Não são raros os casos de crianças e adolescentes que sofrem violência verbal ou física nas escolas e os pais precisam ficar atentos aos primeiros sinais.

A psicóloga especialista em terapia familiar Miriam Barros explica que o bullying é qualquer tipo de violência física ou verbal praticada por uma ou mais pessoas contra alguém mais frágil ou sem condições de se defender. A palavra vem do termo da língua inglesa bully, que significa "valentão".
O bullying pode ser direto ou indireto. A psicóloga explica que o direto é normalmente praticado por homens e meninos, que é quando a agressão é feita diretamente, através de xingamentos, zombarias, chutes e tapas. Já o indireto é bastante usado pelas meninas e mulheres, que é quando a vítima é isolada ou rejeitada por uma pessoa ou por um grupo. "Claro que ambos podem ser praticados por homens e mulheres, não existe uma regra", diz ela. 
Ele é mais comum na infância e na adolescência, pois tanto a criança como o adolescente possuem menos recursos para se defender das agressões e humilhações. O adulto pode sofrer também, mas a maior parte consegue se defender e os danos psicológicos não são tão graves.

Muitas vezes a pessoa que está sofrendo bullying não faz uma reclamação clara para os pais ou professores, mas, segundo a pedagoga, alguns sinais podem ser notados, como a recusa em ir para a escola de forma insistente ou mesmo um comportamento mais agressivo do que o habitual. "É importante que os pais estejam atentos às mudanças de comportamento do seu filho e que eles conversem bastante com a criança, perguntando sobre como é o convívio escolar", diz ela. Já a escola, se perceber o bullying ou se for avisada sobre isso, deve chamar a família do agressor e orientar os seus pais e, se necessário, encaminhar a criança para um tratamento psicológico. 
Os casos de bullying vêm crescendo e, com isso, a violência. É cada vez mais comum vermos na televisão casos de pessoas que sofrem de bullying se matar ou tomar alguma atitude violenta. Para evitar que isso aconteça, a primeira dica da pedagoga é que os pais estejam sempre presentes e próximos da vida do filho o suficiente para acompanhá-los e para ensiná-los o princípio básico de se viver em grupo, que é respeitar o próximo e conseguir se colocar no lugar dele. "O que ocorre, porém, é que as famílias estão em crise e as crianças e adolescentes estão sofrendo as consequências de viver dentro de um contexto emocional agressivo. Muitas vezes repetem na escola o que vivem em casa ou reagem fora de casa a agressão que sofrem dentro da família", explica ela.
De acordo com Miriam, a escola pode contribuir bastante para diminuir o problema, pois as crianças passam grande parte do tempo lá dentro. A questão é que oferecer palestras informativas apenas não resolve o problema. A escola precisa criar um espaço dentro da sua grade curricular para trabalhar sentimentos e atitudes que ajudem os jovens a aprender a lidar com os próprios sentimentos e a se colocar no lugar do outro.
Muitos jovens que sofrem bullying precisam de tratamento, mas isso depende de muitos fatores, o principal é o impacto emocional que o bullying gerou naquela pessoa. Isso aparece através de sintomas como ansiedade, depressão, fobias, insônia, etc. "Pra muita gente, o bullying pode parecer besteira, mas é importante salientar que ele pode gerar traumas ou até mesmo uma doença mais grave como a depressão, por exemplo", diz ela.

Miriam Barros é psicóloga clínica formada pela FMU, Psicodramatista formada pela PUC/SOSPS e Psicoterapeuta de crianças, adolescentes, casal e família.

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