Havia um menino que vivia muito triste porque a sua mãezinha estava doente e ele não sabia como ajudá-la. Fazia o que era possível catando papelão e latinhas para vender e comprar o pão de cada dia mas, ainda assim era pouco, muito pouco. As suas duas irmãzinhas estavam precisando de agasalhos, roupas e uma alimentação melhor pois estavam magras e pálidas e a escola nunca mais tinham ido pois não podiam se apresentar com roupas tão velhas e remendadas diante dos colegas e professores.
Que fazer meu Deus?! Que fazer?! Falava o garoto em voz alta, ajoelhado aos pés da sua caminha humilde pensando numa solução para a sua vida.
O pai quando soubera que a sua mãe estava doente e não mais se levantaria do leito, arrumou os poucos pertences e partiu na calada da noite, sem despedir-se nem dizer para onde iria. A mãe definhando cada vez mais e ele, o mais velho, mas ainda menor de idade com apenas dezesseis anos e tamanha responsabilidade nos seus ombros.
Deitou-se chorando baixinho, após ter ido verificar se as irmãs e a mãe estavam bem acomodadas. Cobriu-se com uns trapos de coberta e tentou dormir. Cochilou e sonhou.
Sonhou que um anjo feminino, vestindo um longo manto azul e branco se aproximava dele tomava as suas mãos e, com a mais suave voz do Universo lhe falava:
- Meu filho, não fique tão triste porque esta é apenas uma fase da sua vida que já está acabando. Logo, logo as coisas irão mudar e tudo isto que vocês estão passando agora irá se transformar em uma simples recordação.
- Ele acordou mais animado com a lembrança daquele sonho porém a preocupação ainda era a sua companheira do dia-a-dia.
Certa tarde, quando o sol se preparava para se por, receberam a visita inesperada de um homem desconhecido, vestindo uma roupa escura e trazendo uma pasta na mão.
Bateu palmas na porta da casa e foi atendido gentilmente pelo garoto.
- Que se passa?! perguntou desconfiado.
- É aqui a casa da família Alves?! do casal Joaquim e Marta?
- É sim, por que??
- Estou procurando por Marta a esposa do Joaquim, é a sua mãe menino?!
- É, mas ela está de cama ,doente, e não pode vir atender; portanto o senhor fala comigo mesmo que sou o filho mais velho e resolvo tudo.
- E o seu pai, garoto, não está?!
- Não senhor. Faz tempo que ele abandonou a gente, desde que a minha mãe ficou de cama.
- Ah! murmurou o desconhecido.
- Faz assim, disse o homem, você me leva até ela e vai junto e vocês então escutam o que eu tenho pra falar e pensam juntos em como resolver.
- Tá bom, falou o garoto e seguiu para o quarto da mãe na companhia do desconhecido.
- Vamos, disse ele, faça o favor; e foi guiando o homem por um corredor de um bom tamanho , meio às escuras.
- No quarto ele acendeu o candeeiro pois não tinham energia elétrica na casa, sentou-se aos pés da cama da mãe após falar com a mesma que aquele homem queria lhe comunicar algo.
- A sua mãe, magra, pálida e debilitada falou com a voz bem fraquinha:
- Pode dizer seu moço.
- Ao que o homem, em breves palavras lhe comunicou que a sua avó paterna tinha falecido e tinha deixado uma fortuna para o seu filho único o pai dela mas, como o seu pai também já era falecido a fortuna seria dela e dos seus filhos já que a velha não tinha mais filhos nem marido ou companheiro.
- Naquele momento o garoto se lembrou do sonho e deu um longo suspiro.
- Aquele homem além de dar aquela boa notícia foi generoso o suficiente para só ir embora depois de deixar tudo arrumado inclusive a emancipação do garoto para que ele pudesse administrar a herança.
A partir daí os dias tiveram uma outra cara, a da esperança porque até então era apenas a de tristeza.
Anjos existem, basta que tenhamos fé que eles estão ao nosso lado nos amparando sempre.
bjs,soninha
http://recantodasletras.uol.com.br/infantil/1840513
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