"Desconfiado" vivia no porão da casa do Lulinha e estava sempre atento esperando uma oportunidade para roubar comida na despensa.
Ele conhecera a despensa numa tarde em que dona Eulália, a mãe de Lulinha, esquecera a porta aberta quando entrara para pegar um pote de açúcar e o ratinho, bem ligeiro, entrara e saíra logo com receio de ficar trancado lá dentro.
Até entrar ali ele sempre imaginara que, por detrás daquela porta fechada, havia um tesouro guardado a sete chaves.
E havia mesmo! pensava o ratinho.
E havia mesmo! pensava o ratinho.
Era um tesouro delicioso com o qual ele um dia iria se fartar.
Depois de muito pensar como ele poderia entrar, pegar o que desejava, e sair sem ser visto e sem correr o risco de cair em uma ratoeira, "desconfiado" resolveu chamar seu amiguinho "negrito"para participar do seu plano de roubo e fuga rápida.
"Desconfiado" foi até a casa do rato "negrito", falou-lhe sobre a despensa repleta de guloseimas deliciosas e do seu fabuloso plano.
Ao terminar perguntou ao "negrito":
_ Você quer participar amigo?
"Negrito" pensou, pensou e respondeu:
- Não meu amigo, eu prefiro não me arriscar.
Fico por aqui mesmo comendo as migalhas que encontro, elas me bastam.
Desapontado o ratinho "desconfiado" disse a si mesmo:
_Não vou desistir! Vou sozinho e eu quero ver quando tiver roubado aquelas delícias e guardá-las no meu porão, quem irá me pedir?
E lá se foi o "desconfiado" esperar dona Eulália abrir a porta da despensa para realizar o seu plano.
Esperou tanto que cochilou e sonhou que havia entrado na despensa, enchido uma sacola com as guloseimas que tanto desejara, quando a porta se fechara por fora e ele ficara preso para sempre até ficar bem velhinho e morrer.
Ao chegar nesta parte do sonho, "desconfiado" acordou assustado com o arrastar dos chinelos de dona Eulália e, com medo do sonho se tornar realidade, o ratinho saiu correndo ligeirinho para o porão onde vivia.
À noite o ratinho se preparava para dormir quando escutou uma vozinha falar ao seu ouvido: "
- Não roube o que não é seu, isto é feio e Papai do Céu não gosta.
Assustado o ratinho procurou por todos os cantos do porão a origem daquela vozinha e não encontrou.
Deitou-se na sua caminha, cobriu-se até a cabeça e pediu desculpas a Papai do Céu por haver pensado em roubar dona Eulália. Logo ela que era tão boazinha pois com a sua distração sempre deixava cair pedacinhos de queijo, pão, carne, toucinho, salaminho que o mantinham vivo e saudável.
Quando os seus olhinhos já estavam fechando pelas mãos do sono que o visitava, o ratinho, antes de se entregar totalmente, viu uma fadinha saindo esvoaçante do porão.
"Desconfiado" não se aguentando mais de sono tentou erguer-se da sua caminha mas não conseguiu, então a fadinha olhou para ele, deu uma piscadela e mandou-lhe o sorriso mais lindo do mundo.
Antes de sair ela falou baixinho:
- Não roube...não roube...não roube...
E o ratinho caiu num sono tão profundo que só acordou na tarde do dia seguinte com uma leve sensação de paz!
Pegar coisas dos outros às escondidas é o mesmo que roubar. NEM PENSAR!
*soninha*
Um comentário:
Um amor de história, ilustrações e mensagem!!Valeu! beijos,ótimo fds! chica
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