*Pavão*
Como os pavões andassem em época de muda, uma gralha teve a idéia de aproveitar as penas caídas.
– Enfeito-me com estas penas e viro pavão!
Disse e fez. Ornamentou-se com as lindas penas de olhos azuis e saiu pavoneando por ali a fora, rumo ao terreiro das gralhas, na certeza de produzir um maravilhoso efeito.
*Gralha Azul*
Mas o trunfo lhe saiu às avessas. As gralhas perceberam o embuste, riram-se dela e enxotaram-na à força de bicadas.
Corrida assim dali, dirigiu-se ao terreiro dos pavões pensando lá consigo:
– Fui tola. Desde que tenho penas de pavão, pavão sou e só entre pavões poderei viver.
*Gralha de bico vermelho*
Mau cálculo. No terreiro dos pavões coisa igual lhe aconteceu. Os pavões de verdade reconheceram o pavão de mentira e também a correram de lá sem dó.
E a pobre tola, bicada e esfolada, ficou sozinha no mundo. Deixou de ser gralha e não chegou a ser pavão, conseguindo apenas o ódio de umas e o desprezo de outros.
*Pavão*
Amigos: lé com lé, cré com cré.
*Monteiro Lobato*
Um comentário:
Soninha,gostei da fábula mas fiquei com pena da gralha.
Não conhecia essa fábula!
Beijinhos
Pedro
Postar um comentário