ANJOS
O menino acordou pela manhã e perguntou a sua mãe se os anjos existiam, de verdade, porque ele nunca vira nenhum.
Como sua mãe lhe dissesse que eles existiam, resolveu seguir pela estrada até encontrar um anjo.
A mãe aprovou a idéia e disse que iria com ele.
“Mas você anda muito devagar, por causa do seu pé aleijado.”- reclamou ele.
Mesmo assim, lá se foram os dois. O garoto, na frente, saltando, pulando feliz e a mãe, atrás, mancando.
De repente, ele viu uma carruagem majestosa, puxada por cavalos brancos. Dentro, uma linda dama. Correu e perguntou:
“Moça, você é um anjo?”
Ela resmungou alguma coisa, pediu ao cocheiro que chicoteasse os cavalos e a carruagem sumiu, deixando um enorme rastro de poeira.
O garoto quase sufocou. Sua mãe chegou e limpou a poeira com seu avental de algodão azul.
“Ela não era um anjo”, pensou ele.
Mais adiante, encontrou uma moça linda, vestida de branco, com olhos da cor do céu.
“Você é um anjo?” - perguntou logo o pequeno.
A moça estava apaixonada. Disse que o namorado sempre falava que ela era um anjo. Pegou o garoto no colo e o abraçou. Nisso, chegou o namorado e ela largou o menino, tão depressa, que ele caiu.
Sua mãe chegou e lhe enxugou as lágrimas com seu avental de algodão azul.
Aquela moça, também, não era um anjo.
O garoto abraçou o pescoço da mãe e como estivesse cansado, perguntou se ela o carregaria.
“Claro, meu filho. Foi para isso que eu vim.”
Com o fardo precioso nos braços, a mãe foi mancando pelo caminho, cantando a música que ele mais gostava.
“Mãe. Você não é um anjo?”
Ela sorriu e falou mansinho:
“Imagine, meu filho. Nenhum anjo usaria um avental de algodão azul como o meu.”
Adaptação do texto Sobre anjos, de Laura E. Richards, de O livro das virtudes II, de William J. Bennett, ed. Nova Fronteira.
bjs,soninha
Nenhum comentário:
Postar um comentário