Estamos de volta!!

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Viva o Verão...

26 de mai. de 2012

UM PROFESSOR DIFERENTE



Embora parecesse uma aula comum, aquele professor era diferente: seu nome era Sócrates e ele adorava fazer os adolescentes pensarem.

Naquela tarde chuvosa, Sócrates dividiu a turma em dois grupos e deu a cada grupo uma questão. Logo, todos os adolescentes conversavam animadamente.

O grupo que ficou mais a direita da sala não conseguia chegar a uma conclusão. A questão era a seguinte: havia muitos roubos no bairro do Sr. X. Para se proteger ele comprou uma arma. Uma noite ele ouviu um barulho em casa e encontrou dois ladrões levando a sua televisão. Se você fosse o Sr. X o que faria?

- Eu chamaria a polícia! - respondeu prontamente um dos adolescentes.

- E, enquanto isso... - disse outro com uma voz sarcástica.

- Eles poderiam voltar para roubar mais - sugeriu um terceiro.

Vários falaram ao mesmo tempo. O professor interveio:

- Todos concordam que ele não deve usar a arma?

- Não! Não! - disseram vários.

- Talvez feri-los para que eles não escapem - disse uma menina.

- Você tem o direito de fazer isto? - perguntou Sócrates.

Alguns responderam que sim, outros afirmaram que não, cada um com seus argumentos. A discussão estava formada e, durante 15 minutos, os alunos discutiram se é certo ou errado atirar no assaltante para feri-lo ou matá-lo.



Enquanto isso o outro grupo de adolescentes discutia a outra questão: um menino deixou o seu par de chinelos na beira da piscina do Clube, junto com os chinelos de várias outras pessoas. Quando saiu da água, percebeu que seus chinelos haviam sumido. Seu pai ordenou que ele desse um jeito na situação, por que ele não podia ficar sem chinelos o resto do dia. O que ele deve fazer? 

- Pegar outro chinelo, parecido com o seu - disse prontamente um dos alunos.

- Não! - respondeu o outro. Ele estaria roubando também. 

- Mas e se o outro menino tivesse cometido apenas um engano e viesse devolver depois? - lembrou uma colega.

- Azar do dono do chinelo que ele pegou para si! Ele não pode sair no prejuízo.

Ali também a discussão estava formada.

O professor ouvia as opiniões atentamente, mas não interferia nas respostas, permitindo que os alunos desenvolvessem suas próprias opiniões, comparando-as com as dos outros, influenciando e sendo influenciados pelos colegas. 

Sócrates sabe que os casos hipotéticos são úteis porque não apresentam urgência verdadeira para serem resolvidos e com menos emoções envolvidas é mais fácil pensar racionalmente, preparando-os para uma situação semelhante. 

Sócrates sonha com um mundo em que pais e professores suscitem perguntas orientadoras sobre dilemas morais, permitindo que crianças e adolescentes externem suas opiniões, desenvolvendo neles o raciocínio e o senso de ética e de justiça.

E você, o que faria nas duas situações?


Claudia Schmidt

beijinhos de luz...

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Não dê armas às crianças!!

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