Estamos de volta!!

Estamos de volta!!
Viva o Verão...

27 de mar. de 2015

4 de mar. de 2015

O Burro Juiz




Disputava a gralha com o sabiá, afirmando que a sua voz valia a dele. Como as outras aves rissem daquela pretensão, a bulhenta matraca de penas, furiosa, disse:

— Nada de brincadeiras. Isto é uma questão muito séria, que deve ser decidida por um juiz. Canta o sabiá, canto eu, e a sentença do julgador decidirá quem é o melhor artista. Topam?

— Topamos! piaram as aves. Mas quem servirá de juiz?

Estavam a debater este ponto, quando zurrou um burro.

— Nem de encomenda! exclamou a gralha. Está lá um juiz de primeiríssima para julgamento de música, pois nenhum animal possui maiores orelhas. Convidê-mo-lo.

Aceitou o burro o juizado e veio postar-se no centro da roda.

— Vamos lá, comecem! ordenou ele.

O sabiá deu um pulinho, abriu o bico e cantou. Cantou como só cantam sabiás, garganteando os trinos mais melodiosos e límpidos. Uma pura maravilha, que deixou mergulhado em êxtase o auditório em peso.

— Agora eu! disse a gralha, dando um passo à frente.

E abrindo a bicanca matraqueou uma grita de romper os ouvidos aos próprios surdos.

Terminada a justa, o meritíssimo juiz deu a sentença:

— Dou ganho de causa à excelentíssima senhora dona Gralha, porque canta muito mais forte que mestre sabiá. (*)

Quem burro nasce, togado ou não, burro morre.


*Monteiro Lobato"

2 de mar. de 2015

A Língua Mordida Pelos Dentes


Um rapaz que tinha o vício de falar mais do que devia.

- Que língua! – Suspiravam, um dia, os dentes.
 – Nunca está quieta! Nunca se cala!

- Que estão vocês a murmurar?
 – Replicou a língua com arrogância. 
–Vós, os dentes, não sois mais do que servos unicamente encarregados de mastigar os alimentos que eu escolho. Entre nós não há nada em comum e não vos permito que se metam nos meus assuntos.

Deste modo, o rapaz continuava a dizer coisas que não vinham a propósito, enquanto a língua, feliz, conhecia todos os dias novas palavras. 

Um dia, o rapaz depois de ter feito uma tolice autorizou que a língua dissesse uma grande mentira.

 Mas os dentes, obedecendo ao coração, morderam-na. 

A língua ficou corada de sangue e o rapaz, arrependido, corou de vergonha. 

Desde aquele dia a língua tornou-se cautelosa e prudente e antes de falar pensava duas vezes.

*Leonardo Da Vinci*

Aprenderam crianças?? 
Devemos falar apenas o necessário e NUNCA falar mentiras ou algo que possa magoar as pessoas...

beijinhos de luz!!

1 de mar. de 2015

O Palhaço Mocotó



O circo Bagunça Bem Feita se instalou na cidade.

Já era a vez de Mocotó, o palhaço, entrar no picadeiro, e ele não achava seu nariz de bola vermelha.

Pôs-se a procurar na caixa da Mulher Barbada e no baú do mágico, mas nada. O que ele fez então?


Mocotó abriu o guarda-roupa do Engolidor de Fogo, mas só viu o seu material de trabalho: três pacotes de fósforos, dois maços de vela, quatro rolos de algodão, seis tochas de fogo e dois litros de álcool.

Ufa! Vou fechar logo aqui antes que eu fique queimado.

Ele deu uma olhada geral no camarim: roupas penduradas, perucas, bolas, armação de ferro,palmatória, cadeiras, espelho, tudo, menos seu nariz de bola vermelha.

- Só falta olhar na caixinha do Domador de pulgas...mas não sei se devo mexer com as pulgas... esses bichos...



De novo o grito do dono do circo: 


- Ei, Mocotó, o pessoal não aguenta mais esperar!

Mocotó nem respondeu. Apavorado, quase chorando, aproximou-se da caixa das pulgas e espiou pelo buraquinho. As pulgas, danadas, brincalhonas, foram logo fazendo gozação com o palhaço:

- Palhaço boboca, nariz de pipoca!

- Palhaço boboca, nariz de pipoca!


Mocotó até gostou da brincadeira e pensou: "Se elas disseram que eu tenho nariz de pipoca é porque eu tenho nariz, ora bolas!"

Ele deu meia volta no corpo e foi em direção ao espelho do camarim.


Surpresa!

- E não é que o meu nariz de bola vermelha está em cima do meu nariz de verdade?

Satisfeito, Mocotó não esperou o dono do circo chamá-lo outra vez. Botou um grande sorriso preto e branco embaixo do nariz de bola vermelha e entrou no picadeiro, gritando:

- Hoje tem espetáculo?



E a platéia alegre respondeu em coro:

- Tem, sim Senhor!      

             

Desconheço o autor...

beijinhos de luz!

Não dê armas às crianças!!

Não dê armas às crianças!!